Love Game: 10 - O Segredo


Capítulo 10 – O Segredo

            Depois de um tempo, levantei da cama, vesti-me e fui até o meu quarto. No meio do caminho, avistei Paola em um canto, perto de uma árvore. Sorri, ia até lá falar com ela, quando algo me fez parar: Camila. Estava em frente à Paola, conversando com ela. Achei estranho. Parei ali, atrás de uma parede e fiquei escutando:

- Por favor, Camila, não faça nada, não fale nada para ela!

- E porque não? – deu um de seus sorrisinhos cínicos.

- Ela é importante para mim, não posso perdê-la! Ela não pode descobrir assim... Eu faço tudo o que você quiser, mas, por favor!

 - Tudo bem. Não vou falar nada. Mas você me deve uma. E tenha certeza que irei cobrar.

            Saí da onde eu estava, sem ser vista e continuei andando até o meu alojamento. Achei estranha aquela conversa delas...  O que será que Paola escondia de mim? E o que raios Camila tinha a ver com aquilo? Eu tinha certeza que era algo sobre o mistério que Paola escondia, mas não quis me preocupar a toa.

            Não aconteceu nada mais de extraordinário naquela viagem. Resolvi não falar nada sobre o que havia ouvido, fingi que estava tudo bem. E de uma certa maneira, estava.

            E voltamos ao começo dessa história. Encontro-me aqui, sentada na sala dos professores, pensando seriamente na minha situação. Porque estou irritada? Brava? Se nada demais aconteceu? Porque chegou um momento em minha vida que tenho que decidir o meu futuro. Parece bobagem, mas eu sei que não é.

            Eu sempre fui uma caçadora, sempre fui mandona e não admitia que ninguém me desse ordens, ou que me fizessem de tola. Mas finalmente estou amando alguém, finalmente me sinto completa. Feliz. Tenho a certeza de que é a Paola. Eu sei, eu sei que ela é apenas uma aluna, isso que me impediria de fazer o que irei fazer. Mas, para o amor não existem barreiras, certo? Bem, eu estava errada.

            Paola estava estranha depois da viagem, mas eu não dei muita atenção ao ocorrido. Ela parecia um tanto quanto preocupada. Depois desse dia em que pensei seriamente no que fazer, saí para fazer algumas compras e fui para casa, era uma sexta feira à tarde.

            Minha casa era pequena, mas elegante e aconchegante, um apartamento com uma visão linda da cidade. Passei aquele dia sorrindo feito criança, estava realmente feliz. Estava esperando Paola.

- Porque tanta urgência em me ver? – perguntou quando eu abri a porta.

- Estava com saudades. – puxei-a para um beijo, fechando a porta.

            As luzes estavam baixas, e no quarto eu tinha acendido algumas velas. Havia pétalas de rosas vermelhas pelo chão. Ao chegarmos ao quarto, Paola viu tudo aquilo e as lágrimas brotaram de seus olhos. Ela começou a entrar em pânico de repente.

- Não, não! Isso não pode acontecer!

- O que? Fiz algo de errado? – eu perguntei confusa. Ela deu dois passos para trás, sem saber o que fazer.

- Isso... Isso é loucura! Eu... Ai meu Deus! – começou a chorar.

            Abracei-a prontamente, passando a mão nos seus cabelos. Ela agarrou-se a mim e deixou que as lágrimas descessem. Eu sussurrava para ela “vai dar tudo certo, fica calma” mesmo sem saber o porquê daquilo tudo. Depois de um tempo, deitei na cama, pedindo para que ela deitasse ao meu lado. Ela o fez.

- Me fala o que aconteceu amor.
            Ela olhou-me estranhamente, cheia de medo. Olhou-me profundamente e senti-me estremecer, também estava estranha agora. Ela olhou para o quarto todo antes de me responder.

- Eu amo você. – abraçou-me, beijando-me.

            Não deixei que ela dissesse mais nada. Deitei-me por cima dela, beijando seus lábios, seu pescoço, cada pedacinho daquela garota que eu tanto amava. Tirei sua roupa lentamente, enquanto a beijava. Descia minha mão pelo seu corpo, marcando-a com o meu toque. E a cada lágrima que descia pelo seu rosto, eu limpava com minha boca.

            Não queria que ela chorasse. Não iria mais machucá-la. Não iria mais fazer jogos. Estava sendo eu mesma. Iria fazê-la a mulher mais feliz do mundo. Encaixei-me entre suas pernas, sugando-lhe as energias, arrancado-lhe gemidos enquanto seu corpo tremia e se rendia ao cansaço.

            Mordi o espaço interno de suas coxas, depois sua barriga. Encaixei-me entre ela, beijando seu pescoço, mordiscando-o. Entrelacei meus dedos nos seus. Mordi o lóbulo da sua orelha, e depois sussurrei:

- Eu amo você. E nada mais importa. Você conseguiu o que ninguém jamais conseguira. Você me transformou. Me fez ser eu mesma. Me fez amar e confiar novamente.

            De repente, a porta do meu quarto abriu-se com estrondo, enquanto se enchia de policiais armados. Prontamente eu sentei na cama, cobrindo-me com o lençol, assustada, gritando:

- O que esta acontecendo? O que estão fazendo na minha casa?

            Um dos policiais se aproximou, mostrando um distintivo de detetive, dizendo:

- Sally Oliveira, você está presa por abuso de menores.

- O QUÊ? – ele puxou-me da cama, deixando-me enrolada no lençol, enquanto colocava minhas mãos para trás, algemando-me.

            Paola estava enrolada no lençol, de pé, cabeça baixa. Foi então que me dei conta. Tudo fazia sentido. As peças foram se encaixando...

- Parabéns detetive Lola, você conseguiu.

            Minha cabeça estava confusa, dando um nó. Não podia acreditar...

- Espere! Paola... Ou devo dizer, Lola. Era tudo mentira? Era um disfarce? OLHA PARA MIM! – ela levantou a cabeça vagarosamente. Dos seus olhos desciam lágrimas.

- Não. Era apenas o meu trabalho. – falou baixo.

- EU ODEIO VOCÊ! VOCÊ É UMA MENTIROSA!

            O policial tirou-me de casa, enquanto eu gritava e xingava. Estava morrendo de raiva, era capaz de matar um! Não estava nem aí para o fato de estarem me colocando numa viatura e levando-me para a delegacia. Em minha cabeça a cena do quarto repassava, e eu tinha ódio de Paola. Chorei em silêncio. Prometi-me para mim mesma, naquele instante, que era a última vez que eu tinha me permitido amar.

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