Same Mistake - Parte 5 (final)


"I'm not calling for a second chance,
I'm screaming at the top of my voice.
Give me reason but don't give me choice.
'Cause I'll just make the same mistake again."

Eu acordei com os brilhos do sol invadindo a janela e caindo sobre nós. Olhei sorrindo para você, que dormia feito um anjo dos céus, toda linda e perfeita. Não saberia dizer que horas eram, mas aquilo não importava mais. Acordei você beijando-lhe inteira.

- Bom dia meu raio de sol! – eu disse sorridente, voltando a lhe beijar os lábios doces e carnudos.

 - Bom dia meu amor. – você sorriu para mim, me abraçando e passando a mão pelo meu corpo. Desvencilhei-me dos seus braços e sentei na cama, dizendo:

- Vem, vamos tomar café. – você puxou-me para a cama novamente chorando manhosa:

- Não! Deite aqui comigo, não quero acordar pra realidade e saber que vou te perder. – eu deitei-me sobre você, colocando a cabeça em seu pescoço, ouvindo seu coração e disse:

- Meu amor, nossa história é forte demais para ser esquecida. E você nunca vai me perder, eu te amo para sempre!

Percebi pelos soluços que lágrimas desciam de seus olhos castanhos, aos poucos os soluços pararam e eu levantei-me.

- Vem, chega de chorar, vamos sorrir. – disse lhe tirando da cama.

Trocamo-nos e fomos para a cozinha. Eu sentei à mesa enquanto você arrumava as coisas. Dali a alguns minutos eu tinha uma xícara de café e você uma de chá, sentávamos uma de frente para a outra.

- Quando ele volta? – eu perguntei, desviando meus olhos para os seus.

- Hoje à noite. – você disse baixo.

- Você o ama? – eu olhava diretamente em seus olhos.

- Amo. – você sorriu tristemente. – Ele é um ótimo amigo, me traz carinho e conforto, me ama, é muito especial. Só que ele apenas não é...
- Seu amante. – eu completei a frase e você balançou a cabeça concordando, então eu continuei. – Foi o que eu enxerguei nesses tempos. Eu não sou sua amiga, aliás, amiga você já tem muita, além do que, nós fomos muito longe para conseguirmos regredir. Eu sou sua amante, estarei sempre aqui quando você me chamar, sou sua droga que você sempre precisa tomar.

Você sorriu olhando diretamente em meus olhos.

- Apesar dos anos continua a mesma poetiza de sempre.

- Claro, sempre dizendo através dos meus poemas. – eu sorri também.

Olhamo-nos mais uma vez, tentando saber se aquilo tudo havia sido um sonho ou alguma coisa do tipo, era muito bom para ser verdade.

- E você? Com alguém?

- Sim, namoro uma menina que é simplesmente linda, amável, eu a adoro muito. – eu disse com carinho e ternura. Percebi que sua voz tornara-se mais fria e superior:

- Ah sim, compreendo. Quanto tempo?

- Hey, ciumenta, não faz isso! – eu disse rindo. – Faz um ano quase.

- Hum entendo. Você a ama?

- Amo. Mas, como você disse, ela não é minha amante. – eu sorri de volta, cúmplice.

Acabamos o nosso café e você levantou lavando as duas xícaras, quando acabou, você levantou-se me puxando pela mão, dizendo:

- Vêm, quero te mostrar uma coisa. – eu levantei também te seguindo até o seu quarto.

Entramos e você abriu uma caixinha, tirando de dentro um colar de corrente de ouro, com um coração envolto em espinhos, sangrando, escrito ‘Lovers’.

- Isso é um colar que eu tenho há muito tempo.

- O que significa? – eu perguntei intrigada.

- É o colar dos amantes, significa que quando se ama muito, você sofre bastante ao lado da pessoa, o feliz para sempre não existe. Mas é o maior amor do mundo. E eu estou dando á você.

Dos meus olhos desciam lágrimas, era impossível parar de chorar.

- Para mim?

- Sim, meu amor. – eu peguei o colar da sua mão, segurando apertado.

Olhamo-nos mais uma vez e nos abraçamos forte. Sabíamos que havia chegado a hora, a hora da despedida. Chorávamos juntas. Eu escrevi meu número de celular em um papel e lhe entreguei. Fomos andando até a porta e quando chegamos lá, você me perguntou:

- Você vem mesmo quando eu chamar? – você perguntou hesitante.

- Sempre. – eu respondi.

Abraçamo-nos forte, sussurrando um ‘eu te amo’, enquanto nos despedíamos.

- Eu prometo lhe chamar, só não posso prometer quando...

- Eu espero o tempo que for. – eu respondi com a voz embargada.

Ficamos um tempo em silêncio, e quando nos soltamos e eu olhei em seus olhos, pude ver a frieza neles e as barreiras mais uma vez construídas.

- Adeus, minha eterna menina mulher. – eu disse num sorriso triste. E você emendou dizendo:

- Com tantas voltas que o mundo dá, não vale a pena dizer adeus. É muito forte e previsível, e nossa história é completamente imprevisível.

- Concordo. – sorri para você. – Até um dia então.

- Até. – eu fui andando pela rua sem olhar para trás, relembrando tudo o que havia acontecido comigo naquele dia.

Sorria tristemente, sabendo que havia valido a pena, apesar de ter durado pouco. Peguei meu mp3 que eu havia se esquecido de ouvir e coloquei no ouvido, justo na hora que o refrão da música tocava, a mesma música daquele dia em que te vi, estava parada.

“I'm not calling for a second chance,
I'm screaming at the top of my voice.
Give me reason but don't give me choice.
'Cause I'll just make the same mistake again.”

É, apesar das pessoas que entrassem em nossas vidas, seríamos sempre você e eu, dois amantes que se amam, destinados a ficarem juntos, mas que por ironia do destino, não podiam. Mas se você me chamasse, me desse escolha, eu cometeria os mesmos erros novamente. Por você, por mim, por nós e pelo nosso amor.


FIM

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