Imagens Que Contam Histórias 9


Contradição, era a palavra certa para definir a situação formada naquela sala suja de um hotel barato em beira de estrada. Ela, sempre acostumada à fazer tudo o que queria, a não ter ninguém mandando nela, era dona do seu próprio nariz, submetida totalmente e descaradamente à frente daquela mulher. Aquele simbolo de poder mental, emocional, que a controlova, célula por célula do seu ser. Longe dali, não ousava deixar que a olhassem de cima, ou que a submetessem a fazer o que queriam, mas ali, ela se transformava. Agachada, de quatro, totalmente aberta e submissa, se arrastando, esperando. Desejando as batidas e os vergões que o chicote deixava em suas nádegas. Ansiando pelas mordidas, lambidas e palavras sujas que sua dona disesse, ordenasse.  Era tudo fantasia, que a excitava mais do que qualquer coisa, principalmente se a dona fosse exatamente aquela, a mulher que tanto amava e adorava. Seus olhos se encontraram com os da outra, fundindo-se em compreensão mutua. Mais uma vez, deixava-se controlar, sabendo que a outra iria envenená-la com o seu líquido doce como mel, sabia que iria cair na teia que a outra sabia muito bem tecer. Sabia que iria ser dominada. Mas dessa vez, ela desejava, ansiava, pelo amor masoquista que iria dominá-la. Contradição. Desejo. Fantasia. Coragem. Prazer. Satisfação. Vida. Felicidade. 
Quem sou eu para julgar?

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