Um Amor Além da Vida: 13 - Festa à Fantasia. parte 1.



Capítulo 13 – Festa á Fantasia. parte 1.

Já era sexta-feira à noite, dia da tão esperada festa que Carla me obrigou a ir. Ok, não obrigou, mas agradeço, se não fosse por ela eu e Clarice não vínhamos hoje. Eu estava usando uma fantasia de princesa. Meu vestido era longo e rosa pink, com uns babados e sem mangas. Usava luvas compridas brancas e um salto alto. Meu cabelo vermelho liso estava preso em um meio rabo de cavalo, com a franja comprida de lado. Eu havia passado lápis nos olhos e um brilho nos lábios. Um perfume simplesmente irresistível.

 Cheguei ao local da festa, era uma casa grande, com um jardim grande também, e muitas pessoas por lá. Havia fantasias de todos os tipos, desde fadas, piratas, coelhos, gatos e ciganos, á caixas de bis, bebês, cervejas e insetos.

Entrei na casa e muitas pessoas conversavam animadamente, outras dançavam ao som de músicas variadas, garçons passavam com comidas e bebidas. Andei no meio das pessoas até ouvir uma voz conhecida aproximando-se:

- Pri você veio! – Carla veio em minha direção me abraçando.

- Sim, claro que eu vim! – ela sorriu, olhando-me de cima a baixo.

- Você está linda! – eu olhei-a e percebi que ela usava uma fantasia de cleópatra.

- Você também.

- Obrigada – ela continuou me olhando, sabia que eu não iria perguntar logo de cara, então mais uma vez ela encurtou o caminho, voltando a dizer:

- Clarice já chegou. Estava esperando por você.

- Que bom, vou ver se a encontro! – saí andando por entre as pessoas e ainda ouvi Carla me desejando boa sorte.

Na casa havia vários sofás e vasos, era bem decorada. E por mais que eu andasse, não a encontrei, eram muitas pessoas, mesmo para uma casa como aquela. Não gostaria de ficar sozinha, por isso descobri uma sacada na casa e dirigi-me para lá. Não havia ninguém lá, e a vista era incrível. Encostei-me de frente apoiando na grade, pensando comigo mesma nos meus problemas. Fiquei uns minutos tentando lembrar de tudo o que eu havia passado com Clarice, todas as coisas boas, todas as brincadeiras, tudo o havíamos feito, e percebi que ela realmente me fazia bem, que ao seu lado eu era mais feliz, podia contar tudo para ela.

Percebi que alguém havia entrado ali no meu canto secreto e ouvi uma voz me chamar.

- Demorei muito? – eu sorri ao constatar quem era. Virei-me de frente respondendo:

- Claro que não. – só então que eu a pude ver.

Clarice estava vestida de vampira, com uma calça colada preta, uma blusa de mangas bufantes vermelhas e por cima um corpete preto. Usava botas pretas e os cabelos negros estavam presos em um rabo de cavalo, com a franja vermelho vivo escovada em cima dos olhos. Usava uma cruz no pescoço, como eu já sabia que ela amava essas cruzes, junto com um anel vermelho e pulseiras.

Os olhos estavam maquiados com sombras pretas e vermelhas, o que os destacavam e tornavam suas íris tão negras e misteriosas que me faziam querer desvendá-las. E seu sorriso simplesmente me encantava, com sua boca bem desenhada de um vermelho vivo. Ela olhou-me de cima a baixo e sorriu, dizendo:

- Você está encantadoramente linda. – eu agradeci balançando a cabeça, e como não fiz menção de me mover, ela veio até mim, encostando-se de frente para a grade também. Voltei a virar-me e olhar em direção às estrelas.

- O céu está realmente lindo esta noite.

- Concordo. – eu respondi, olhando para o céu.

A música vinha ao longe junto com o murmúrio de conversas, era como se só nós duas estivéssemos ali.

- Eu adoro olhar essas estrelas, sabe o por quê? – ela disse, e eu perguntei:

- Por que? – eu a olhava e logo que ela me respondeu, olhou-me profundamente nos olhos:

- Porque o brilho delas, me lembra do brilho dos seus doces olhos castanhos.

Eu sorri, envergonhada, o que a fez sorrir ainda mais.

- Clarice, tenha a certeza, que mesmo que um dia o céu desabe, e que todas as estrelas caiam, eu ainda amarei você. Nunca pare de brilhar, pois sem você o show acaba. Tu sabe que é importante pra mim.

Seus olhos negros brilharam, feito diamentes e ela sorriu mais uma vez.

- Eu te amo tanto! E eu estarei sempre do seu lado, viu? Sempre que você precisar, pra tudo. Uma melhor amiga é para a vida toda. – eu a abracei sorrindo, e agradeçendo.

- Obrigada por tudo Clah! – uma lágrima solitário rolou de meus olhos, a qual eu tratei de limpar. Soltamo-nos e voltamos a nos olhar.

De longe começamos a ouvir a nova música que começava, a melodia envadia-nos os ouvidos e o coração. Clarice segurou na minha mão, reconhecendo a música. Aquela era a nossa música. A que ela havia me oferecido, comparado à mim. Pedido-me para nunca desistir, sempre resistir, acreditar em mim mesma. Eu sabia disso, sabia o quão importante aquela música era para ela, para mim, para nós.

- Me concede essa dança, minha princesa? – ela disse, fazendo uma reverência.

- Com todo o prazer. – eu disse sorrindo. Começamos a dançar no ritmo da música. Eu havia encostado minha cabeça em seu pescoço, e ela no meu, dançavamos na mesma sintonia.

“I hope you never lose your sense of wonder,
You get your fill to eat but always keep that hunger,
May you never take one single breath for granted,
GOD forbid love ever leave you empty handed”

- Você é um presente de Deus para mim, uma pessoa realmente especial.

Eu sabia que ela amava me elogiar, e eu realmente adorava isso. Não porque eu me achava, e sim porque quando ela me elogiava, eu me sentia nas nuvens, sorria que nem boba, pois ela era importante.

“I hope you still feel small when you stand beside the ocean,
Whenever one door closes I hope one more opens,
Promise me that you'll give faith a fighting chance,
And when you get the choice to sit it out or dance.”

- Me prometa que você sempre dará ao destino uma chance de lutar. Você é minha menina mulher, você tem uma força enorme e ainda não sabe disso. Não fique triste caso pareça que seus amigos não estão nem aí, eu sempre estarei aqui, ao seu lado. Você não pode desistir, tem que lutar pelos seus sonhos.

Ela me dizia tudo isso, enquanto dançávamos ao som da música. Lágrimas ameaçavam cair de meus olhos, eu simplesmente não podia lutar contra.

“I hope you dance... I hope you dance.”

- ¹Je t’aime Mon Cuddy, pour toujours. – ela sussurrou em meu ouvido enquanto a música nos embalava. Não agüentei mais e comecei a chorar, era extremamente lindo e dolorosamente apaixonante.

“I hope you never fear those mountains in the distance,
Never settle for the path of least resistance,
Livin' might mean takin' chances but they're worth takin',
Lovin' might be a mistake but it's worth makin',”

- Je t’aime pour toujours. – eu sussurrei em seu ouvido também. Percebi que ela também chorava de emoção.

- Você é minha garotinha inesquecível, e não importa o que aconteça, eu sempre me lembrarei de você, eu sempre te amarei.

Aquelas palavras, minhas e as dela, eram ditas como somente em amizade, mas ambas sabíamos que elas eram mais profundas que isso.

“Don't let some hell bent heart leave you bitter,
When you come close to sellin' out reconsider,
Give the heavens above more than just a passing glance,
And when you get the choice to sit it out or dance.”

- Eu espero que você sempre se lembre desta noite, dessa dança. Eu espero que você dance, nunca pare de sonhar. Você é linda, nunca deixe ninguém te fazer mal algum.

- Pra sempre eu dançarei com você. – eu sussurrei de volta.

“I hope you dance... I hope you dance.
I hope you dance... I hope you dance.
(Time is a wheel in constant motion always rolling us along,
Tell me who wants to look back on their years and wonder wherethose years have gone.)”

Nós continuamos dançando, sem conseguir falar mais nada, até a música chegar ao fim. Paramos de dançar, mas não nos separamos. Eu não conseguia dizer nada, era muito para mim, para ela. Como continuar a mentir para mim mesma, que tudo aquilo que eu dissera a ela, era somente amizade? Eu sabia que não era, só não queria acreditar, não queria dizer, admitir.

Clarice me soltou e pegou uma caixinha do bolso, dizendo:

- Isso é pra você. – ela abriu a caixinha revelando uma correntinha de ouro com um pingente em forma de coração com uma esmeralda.

- Que lindo!

- Para você sempre se lembrar de mim.

Ela colocou o colar em mim e eu sorri, com lágrimas nos olhos. Esmeraldas intensamente verdes me faziam lembrar-me dela, sempre.

- Muito obrigada, não sei nem como agradecer.

- Não precisa. – ela sorriu pra mim. – Espero que a use, e sempre que a usar, saberei que se lembra de mim.

Eu ia dizer algo, mas Carla apareceu na nossa frente.

- Hey, o que as duas estão fazendo aí no escurinho? – ela sorria divertida.

- Nada demais, sua pervertida. – eu respondi, sorrindo.

- Vem, vamos aproveitar a festa! - Ela nos arrastou festa adentro.


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N/A: ¹ - Eu te amo minha Cuddy, para sempre.
A música usada nesse capítulo chama-se "I Hope You Dance", do cantor Ronan Keating. 

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