Escapulida

            
       Vem, vamos lá, venha dar uma escapulida comigo. Não me importo em quebrar mais algumas regras, aliás, nunca quis seguí-las mesmo. Esquece o telefone, ele não vai te ligar agora, está trabalhando, lembra? Finge que necessita ir à casa de uma amiga que não vê a séculos. Isso, desliga o celular, e fica assim, todinha pra mim.

       Não me importo se for no carro, no quarto ou no sofá, contanto que seja com você. Preciso me perder uma vez mais em seus doces olhos. Preciso sentir suas mãos percorrendo meu corpo como da primeira vez. Foi surreal. Com uma pitada de pimenta e sal, lá vamos nós nos embebedando em vinho tinto e caindo pelo tapete branco. Não sei da onde saiu esse tapete, mas quem se importa? Poderia ser piso frio, tacos de madeira ou até mesmo de vidro. Contanto que fosse com você.

        Escapole comigo, foge comigo, casa comigo? Pergunta feita em desespero por alguém que nunca cresceu feito peter pan e te venera feito deusa. Desculpe-me o encantamento, se desejar, lhe chamo de cachorra e peço que me coma. Esqueça, vulgar de mais para uma princesa como você, deixe de lado esse meu lado obscuro, prometo nunca lhe revelar, se esta for a sua vontade. 

       Ele vai viajar, o que lhe custa ficar fora de casa um fim de semana? Passa na minha, prometo lhe dar casa, comida, roupa lavada e uma felicidade infinita. Okay, okay, ultrapassei seus limites de novo, apaga o que eu disse. Só passa lá em casa mais tarde para um dedinho de prosa, juro que tentarei não abusar. É que ás vezes não consigo segurar essa imensa vontade de falar sobre você e com você. 

          Eu sei, eu sei, sem escrúpulos, sempre fui. Dada a babar por qualquer gostosa que se atrave a me lançar um olhar mais profundo. Perdoa? Se quiser, pulo em uma cama elástica com você, tomo um gole de chá e escuto country até meus ouvidos doerem. Qual é a da cama elástica? Sei lá, mas é mais bonito e feliz e romantico do que um penhasco. E já estou cansada em falar em drama. Cama elástica é colorida, faz a gente pular e rir e ver a vida de cima, e depois o pé volta pro chão, e depois é como se voasse, e o pé volta para o chão. Entendeu a metáfora? 

           Talvez sim, talvez não. Não importa. Esquece seu orgulho, a minha esquesitisse e essa enorme distância que nos separa, corre, vem, pula esses obstáculos, esses muros construídos à nossa volta, e vem, vem dar uma escapulida e pular na cama elástica comigo, vem tomar sorvete, vem brincar de ser criança. Vem brincar de ser menina, vem brincar de me amar, nem que por apenas um dia, mas vem.

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