Imagens Que Contam Histórias 15


Explosão. Explosão de estrelas, de sentimentos, de sensações, as quais ela não podia se conter. Seu corpo contorcia de prazer, a cabeça inclinada para trás, os olhos bem fechados, as pernas abertas. Explosão. Fora de órbita... Quando se tocava, era um momento só dela, de mais ninguém. Momento, o qual ninguém ousava interromper. Ela ditava o ritmo, deslizando os dedos, apertando, massageando, descobrindo, se tocando. Imaginando. Sentindo. Querendo. Saciando, saciando essa vontade louca, essa necessidade de algo acontecendo em sua vida. Vida que andava mais parada do que nunca, e que nesses momentos de insanidade, transformava-se em tumulto. 
Boom! Boom! Boom! 
Ela podia ouvir o som, como fogos de artífico no ano novo, brilhando e explodindo lá no céu. Isso, céu. Ela jurava que podia voar, que voava, tal liberta se sentia. Sem amarras, sem foco, sem história, sem partida nem ida. Somente o meio. Somente o acontecimento. Sem despedidas, sem "me desculpe, não foi minha inteção". Sem ninguém chamando o táxi para ela ir as três da manhã. Sem bebidas que a tiravam do seu eixo, que a faziam esquecer. Não, somente ela. Seu corpo, seu tato, seus sentidos, estava fora de si. Sem pensar, sem raciocinar. Somente a loucura.
Boom! Boom! Boom! 
Ecoando em seus ouvidos, fazendo pressão. Respiração falha, coração batendo rápido, querendo sair do peito, precisando de ar. E de repente, sem chão. Sem ar, sem paredes, sem casa, sem corpo. 
Boom! Boom! Boom!
Era alma. Era desejo. Era sentido. Era tudo e era nada. 
Rodando sem órbita, rodando e rodando e rodando, e sorrindo e andando e cantando. Completa, incompleta, satisfeita, reduzida a pó. Cinzas. Que se reconstroem, como a Fênix. 
Boom! Boom! Boom!
Delicadamente ela caía, em partículas de estrelas, de gotas, de prazer, de nada, de tudo.

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