Imagens Que Contam Histórias 18


Os olhos me espreitavam. Seu corpo todo retesado, como um felino se preparando para o ataque. Abaixou os ombros, as mãos espalmadas no chão. Os cabelos negros caindo-lhe pelo corpo nu. Naquele momento, nada mais importava, nada mais eu enxergava. O quarto escuro e promissor, tão estranho quanto qualquer outro quarto de motel, mas naquela noite não parecia estranho. Naquela noite tudo era tão natural, como se fosse para ser. Quando meus olhos se conectaram aos dela, senti um sentimento queimar dentro do peito, subindo pela garganta, queimando, ardendo, mostrando-se mais vivo do que qualquer coisa. Eu era sua presa, e sempre seria. Eu era dela, e agora não havia mais dúvidas disso. Veio andando de quatro pelo tapete, no chão, com um sorriso malicioso nos lábios cheios e rosados. Parou perto das minhas pernas. Sentou-se. Começou a arranhar minha perna direita, beijou-a, mordiscou-a. Voltou a encarar meus olhos, e senti meu corpo todo estremecer, arrepiar-se. Sorriu de canto. Colocou a cabeça para trás, exibindo a sua linda coleira negra. Segurei na coleira com o dedo indicador, trazendo-a para mais perto de mim. Ainda entre minhas pernas, veio até o local desejado. Agarrou-se à mim, mordendo minha pele em brasa, sugando minha força vital, tomando para si o que já era dela. Apossou-se de mim. Saciou a sede que há tempos a enlouquecia. Sentia meu corpo estremecer, chachoalhar em orgasmos violentos, enquanto da minha boca saiam palavras desconexas. Olhei novamente para baixo, e aqueles olhos... Olharam-me, desafiando-me, instigando-me. Queriam saber se ela havia atingido seu objetivo. Sorriu, mordendo a parte inferior da minha coxa. Ela havia vencido. Eu já não mais respirava.

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