Oneshot - Blind


Oneshot - Blind
Sinopse: Cora já havia lhe ensinado que o amor é uma fraqueza, e que ela jamais deveria expor suas fraquezas ao mundo. Será que Regina era tão tola que nunca aprenderia? Será que precisaria ser descartada por Emma? Será que nunca entenderia que ninguém a amava tanto quanto a sua mãe, a única que nunca a deixaria ir, e nunca a machucaria?
Shipp: Cora/Regina 
Gênero: Angst, Drama, Songfic, Yuri
          Aviso: Incesto, Homossexualidade, Violência 
Disclaimer:Os personagens e a série não me pertencem, e sim à ABC e aos produtores da mesma, Eddi e Adam. 
Capa feita por mim. Songfic com a música "Blind" da banda Placebo.

N/A: Nos avisos, eu adicionei "incesto", mas é importante ressaltar que não há incesto propriamente dito na fic, não é uma história de amor entre a Cora e a Regina, mas sim uma história sobre o relacionamento tortuoso, difícil e complicado entre as duas, e o amor de Regina por Emma.
Fanfiction escrita para o concurso de fanfics do grupo "Fanfictions OUAT" no facebook.

— Não... – sua voz era um sussurro singelo e amedrontado.
— Shhhh... – o som saiu de meus lábios rubros uma vez mais, na tentativa de acalmá-la.
— Mãe... Por favor... – a voz abafada pelos soluços silenciosos.
— Não lute, minha querida. – minha voz saiu mansa por entre um sorriso. — Você sabe que eu só quero o seu melhor...
Os olhos castanho-amedrontados de Regina me divertiam. Ás vezes eu me perguntava como ela poderia ter saído tão fraca dessa maneira. Mas eu tinha que admitir, ela sabia representar. Enquanto eu andava lentamente ao seu redor, ela mantinha-se no lugar, de pé, com a cabeça erguida, mirando um ponto ao longe. Ao dar uma volta completa, parei novamente em frente a ela, obrigando-a a olhar em meus olhos. Eu podia sentir seu corpo estremecer a minha presença. Um sorriso satisfeito apareceu em meus lábios, enquanto eu voltava a falar:
— O que lhe trouxe aqui tão repentinamente?
— Você sabe. – ela sussurrou. — Eu sei que sabe.
— Do que eu poderia saber da sua vida? Se você me colocou para fora dela?
— Eu não...
— Shhhh! – encostei meu dedo indicador em seus lábios escuros, e ela prontamente parou de falar, engolindo as palavras. — Não minta para mim, Regina. – acariciei ternamente a linha do seu queixo, sentindo seu corpo estremecer. — Diga-me, o que aconteceu?
— Swan. – sua cabeça se abaixou, mas eu segurei seu queixo firmemente até que ela o levantasse novamente, em uma careta de dor. — Ela foi embora.
— Não era o que queria? Ter o pirralho somente para você? Não deveria estar... Feliz? – sorri, sabendo qual seria sua próxima resposta.
— Era, mas... – seus olhos encararam os meus, dessa vez sem desviá-los. — Eu a amo. – engraçado que certos sentimentos nos dão um toque de coragem.
— Oh, entendo... – minha mão desceu até o seu ombro e ali permaneceu, enquanto eu mais uma vez, ia andando ao redor dela. — E ela sabe? – ao não receber uma resposta, apertei-lhe levemente o braço por cima do casaco escuro.
— Agora sabe. Eu disse a ela.
— Que ato de coragem! – comentei ironicamente. — E então?
— Ela me disse que isso era... Errado.
— Mesmo? O que mais? – eu me divertia em vê-la se debatendo com as palavras.
— Que isso era... Doentio.
— E como você se sentiu? – parei a sua frente, assistindo seu rosto se transformar.
— Com raiva. – o marrom das íris se intensificou. — Ódio.
“If I could tear you from the ceiling
And guarantee a source divine
Rid you of possessions fleeting
Remain your funny valentine”
— Muito bem. – aprovei, com um aceno de cabeça. — E o que eu lhe ensinei? – ela ficou quieta por alguns segundos, desviou os olhos dos meus, voltando a se fixar em algum lugar do quarto.
— Se não me dão o que eu quero por bem, eu pego à força. – um sorriso se desenhou em seus lábios.
— E o que você fez?
— Eu tentei argumentar, dizer-lhe o que sentia, como me sentia. Mas ela não quis me ouvir. E quando tentei segurá-la, ela me empurrou para longe.
Eu podia ver as palavras cortando-lhe a boca quando passavam. Podia ver o veneno que elas carregavam. E eu gostava daquilo. Era um bom aprendizado. Regina sempre fora uma garota tola, desde a infância. Achava-se tão especial... Tão acima de tudo e de todos... Mas eu logo a ensinei o seu lugar. Eu já sabia que ela iria ser uma rainha, e esse tipo de personalidade fazia parte da sua sina. Mas eu tive que fazer-lhe entender que a mim ela tinha que respeitar. Como mãe, eu estou acima dela. Ela se reporta a mim, ela me obedece, ela me idolatra. Somente a mim. E quando ela não aprendia por bem, eu fazia com que ela aprendesse por mal.
— E você deixou que ela lhe falasse dessa forma? Se deixou, és mais tola e fraca do que pensei.
— Eu a joguei contra a parede.
— E o que mais?
— Tentei beijar os lábios... Mas ela... Não deixou. – só então dei-me conta do pequeno corte em seus lábios. Até que não estava mal, combinava-lhe com a cicatriz. Um sorriso se abriu em meus lábios, e eu voltei a me locomover, mas dessa vez, de um lado para o outro a sua frente.
— E você ensinou-lhe uma lição? – pude ver seu corpo se contrair, e de sua boca um suspiro frustrado sair.
“Don't go and leave me
And please don't drive me blind
Don't go and leave me
And please don't drive me blind”
— Sim. Usei magia, para que não pudesse se mexer. Para que pudesse ficar imóvel, completamente a mercê dos meus desejos. – sua respiração estava mais rápida. — O medo em seu olhar era tão... – seus olhos se fecharam e seu rosto assumiu uma expressão de prazer. — Magnífico. Debatendo-se, pedia para que a soltasse, e quando sentiu minhas mãos por todo o seu corpo, ela começou a implorar...
— Estou tão orgulhosa de você, Regina! – deixei que as palavras rolassem pela língua, atingindo-lhe em cheio o coração.
— Depois de me divertir com ela, deixei que se fosse.
— Deixou? – aproximei-me irritada. Com o corpo perto do dela, fui empurrando-a lentamente até que suas pernas atingissem a cama atrás dela, e então a fiz sentar-se. — Será que você não faz nada direito? – apertei-lhe o queixo. — Será que a lição que lhe dei quando pequena, não fez o efeito desejado? Será preciso uma segunda vez? – virei-lhe a cabeça, podendo dar uma boa olhada na cicatriz acima do lábio.
— Eu a marquei.
Aquelas palavras me pegaram de surpresa. Olhei-a novamente, cheia de um novo olhar sobre ela. Não, não era mais uma garotinha indefesa. Sorri, finalmente contente com o que me contara. Até que ela não era tão inútil quanto eu imaginara. Alisei o seu rosto carinhosamente.
— Muito bem. Acho que as lições serviram para alguma coisa, afinal. – e como ela se recusava em olhar para mim, apertei-lhe novamente o queixo. — E o que você aprendeu com isso? Vamos, diga Regina, eu sei que você quer dizer... Solte a língua...
— O amor é uma fraqueza. – seus olhos castanhos se encontram com os meus, em um desafio. Não é que ela estava aprendendo?
“If I could tear you from the ceiling
I know best have tried
I'd fill your every breath with meaning
And find a place we both could hide”
— Exato, minha querida. O amor é uma fraqueza. Eu lhe disse isso anos atrás, mas naquela época, você era muito jovem para entender. – seu rosto se contorceu em uma careta de dor e ódio. — Não, não, sem ressentimentos. Daniel era um mero garoto do estábulo, nunca lhe daria futuro. Eu lhe fiz um favor, sabe disso. Não sabe, meu amor?
— Você... Você... – seu corpo começou a estremecer novamente. Eu adorava aquele borbulhar de emoções, sempre tão eletrizante!
— Eu o matei. Sim, esmaguei o coração dele entre meus dedos... – levantei a mão, fechando-a, como se ainda pudesse ver o órgão se desmanchando por entre meus dedos. — Acha que foi maldade? Acha que foi um erro? Olhe, minha querida, o que ela fez com você. A grande e salvadora Emma Swan esmagou o seu pobre coraçãozinho quebrado e infeliz. Ela pode não saber como arrancá-lo, mas certamente o deixou em pedaços. Quais foram as palavras dela?
— “Como pode ser assim? Sem... Alma. Sem... Coração. Você é um monstro.” – as palavras saíram automaticamente da sua boca.
“Don't go and leave me
And please don't drive me blind
Don't go and leave me
And please don't drive me blind
You don't believe me
But you do this every time
Please don't drive me blind
Please don't drive me blind”
— Maravilha. Hora de aprender mais uma lição, minha amada filha. Ela não te ama, e você, pobre tola, só conseguiu ter o seu coração machucado. Não vê? Agora você entende, não entende? O amor é uma fraqueza. Você não pode demonstrar sentimentos. Quanto mais as pessoas os veem, mais poder sobre você elas tem. E como rainha, minha querida, você tem que deter todo o poder.
— Mas eu não...
— Cale-se! – o barulho surdo do tapa ardeu em sua bochecha agora vermelha. — Não aprendeu ainda, Regina, que não deve me responder?
— Desculpe... Mamãe. – as palavras saíram embargadas pelas lágrimas.
— Dessa vez passa... – acariciei seu rosto. — Você não tem que querer ou deixar de querer. É parte de quem você é. Uma rainha.
— Eu sou uma rainha. – ela repetiu as palavras.
— Sim, minha querida. Você é a rainha deles. E eu sou a sua. – acariciei seus cabelos escuros. — Você é minha, não sabia, Regina? Desde quando começou a crescer dentro de mim. Você só a mim pertence. E você não pode me deixar. Sabe o por quê? – olhei dentro dos seus olhos.
— Não, mamãe.
— Por que eu sou a sua fraqueza, mas você é a minha força. Eu sou a única que lhe quero bem, minha menina. Não vê? Eu enxergo a pessoa dentro de você, eu vejo o que eles não podem ver. Você não pode me deixar. Você não pode partir. Você tentou uma vez, e isso me mostrou o seu sentimento por mim. Mas caso tente uma segunda... – apertei-lhe o queixo uma vez mais, fazendo com que lágrimas rolassem pelo seu rosto. — Você não vai tentar, vai?
“I know you're broken
I know you're broken
I know you're broken”
— Não... Eu não vou te deixar.
— Isso mesmo, minha Regina. Você não vai me deixar. – sorri satisfeita, inclinando-me, depositando um beijo em seus lábios escuros, acariciando o seu rosto pálido e macio.
Eu sei que as pessoas me odeiam, e eu não me incomodo com isso. Enquanto eu tiver o amor de Regina, nada mais importa. Ela é minha, unicamente minha, e eu somente a ela pertenço. Ela é minha pequena rainha, minha idolatrada filha, minha perfeita obra-prima. Não tenho um coração, pois escolhi me livrar dele e de todo o sentimentalismo que com ele vem, mas o segredo não contado, é que existem coisas que vão além do palpável. Eu não precisava daquele órgão para amar a minha filha. Eu sempre a amei. Mesmo ela não percebendo, eu sempre quis o seu melhor. Ela era meu orgulho, e minha redenção. Por ela, eu mataria. E sem ela, eu morreria.
“If I could tear you from the ceiling
I'd freeze us both in time
And find a brand new way of seeing
Your eyes forever glued to mine
Don't go and leave me
And please don't drive me blind
Don't go and leave me
And please don't drive me blind”

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