Fanfic: Castle Walls - Parte 05


Parte 05

Aqueles dias que se passaram após minha volta foram bem tumultuados. Os dias de folga foram ótimos, e eu realmente estava precisando, mas isso fizera com que o meu trabalho se acumulasse. Passei uma boa semana lotada de tarefas e casos em andamento. Fechamos alguns, enquanto muitos outros se abriam. Logo nos primeiros dias não falei com Addison, ela não me ligou e eu também não a procurei. Eu sentia muita falta dela, principalmente à noite, mas achei que fosse melhor ficarmos afastadas. Em compensação a tanto trabalho, meus dias estavam sendo divertidos e um pouco tranquilos com a presença de Castle. Ainda que eu o achasse um pouco imaturo na maioria das vezes, era divertido. Trabalhávamos em um caso logo depois que voltei de LA, e muitas coisas acabaram coincidindo. A resposta dele para tudo era: destino. O universo queria que encontrássemos o corpo e que resolvêssemos o caso. Eu o olhava incrédula com um sorriso no canto dos lábios. Ele entendia bem a mensagem.

 — É sério! – ele disse, abrindo os braços. — Realmente não acredita em destino?

— Não... – balancei a cabeça negativamente.

— Magia? Almas gêmeas? Nada?

            Não precisei responder, apenas levantei uma sobrancelha, olhando-o sarcástica.

— Incrível! Você precisa se esforçar um pouco mais, sabia? – ele revirou os olhos, surpreso com o fato da minha descrença. Achei engraçado como ele ficava perturbado com isso.

— Mas eu me esforço... A encontrar o assassino deste caso, baseada em fatos. – eu respondi, enquanto Esposito e Ryan entravam no escritório.

            Eles haviam descoberto que a moça em questão, que havia sido morta dentro do seu apartamento, tinha aulas semanais de tiro. Chamei Castle para irmos até lá investigar, saber se o instrutor dela sabia de alguma coisa, alguma pista, e aproveitei para treinar um pouco também. Eu tinha feito aquilo há muito tempo, mas sempre fora hábil com a arma, então nunca precisei voltar para aulas extras. Pedi que os outros dois investigassem o local e os funcionários, para que depois as informações fossem cruzadas para ver se batiam. Enquanto isso, fomos para o estande de tiro; ficava em uma avenida um pouco distante do centro de Nova Iorque, e por todo o tempo que estivemos dentro do carro, Castle tentava me convencer sobre magia, destino e toda essa baboseira.

            Logo que chegamos, pedi uma aula para o balconista, como demonstração, para mim e para o meu parceiro. Assim que pegamos as armas, encaminhamo-nos para o estande. Ficamos lado a lado, em diferentes cabines, colocamos os óculos de proteção e os abafadores nos ouvidos, que pareciam fones. Quando o alvo estava na minha frente, dei três tiros consecutivos, os três acertaram perto do centro. Olhei para Castle, sorrindo sarcástica, e ele sorriu de volta. Preparou-se para atirar, concentrou-se, mas quando apertou o gatilho, acertou uma bala na parede e a outra foi parar no boneco do outro cara, que estava ao seu lado. Ele desculpou-se, sem graça, enquanto o cara o olhava feio.

— Aquele é o meu alvo! – o cara se aproximou, e tirando os fones de Castle, gritou no ouvido dele: — E esse é o seu alvo! Mantenha-se nele! – e voltou para o seu lugar.

            Castle se concentrou de novo, trocou o apoio para a arma, mirou, mas quando atirou, a bala acertou a placa do número da outra cabine, de novo. Ele sussurrou um “desculpa!” para o cara, que não parecia nada feliz. Fiz um sinal para ele, pedindo que deixasse para lá.

— Você não tem noção de espaço? – perguntei rindo, deixando minha arma no balcão, aproximando-me dele. — Tem que segurar do jeito certo. – postei-me atrás dele, segurando em sua mão, ajeitando a arma. — Assim.

— Hm...

— Isso, agora mira, bem no meio. – segurei-o pelos braços, dando firmeza. — Concentre-se... Você o quer paralisar, para ele não poder mais fugir... – ele mirou bem e atirou, sentimos o pequeno baque, mas a bala atingiu na perna, perto da virilha do boneco.

— Ahá! Acertei! – ele comemorou, levantando os braços. — Pelo menos não foi na parede, dessa vez...

— Bom, o cara vai ter dificuldades em fugir, e quem sabe em outras coisas... – eu ri, soltando-o, enquanto ele se virava de frente pra mim, mas estava tão próximo que me deixou desconfortável.

— Obrigado!

— De nada... – eu sorri, afastando-me.

Aquela proximidade toda me deixou desorientada. Deixei a arma e os fones em cima da bancada e fui até o instrutor, com Castle em meu encalço. Conversamos com ele, fazendo algumas perguntas sobre o caso. Descobrimos que a moça tinha faltado na última aula, na semana passada, e que nas últimas semanas ela parecia nervosa, preocupada com algo, e isso estava prejudicando seu treinamento. Após coletar todas as informações, voltamos para a delegacia.

— O que acha de sairmos pra comer algo? – ele me ofereceu, mas antes que eu pudesse responder, o seu celular começou a tocar.

Era Alexis, dizendo que precisava conversar com ele, e então ele se desculpou e disse que iria almoçar em casa. Não me incomodei, afinal já estava acostumada. Ia pedir alguma coisa e sentar-me em minha mesa, rodeada de trabalho. Ele foi para casa, enquanto eu sentava em minha mesa, começando a rever os pormenores do caso, quando meu celular apitou, indicando uma nova mensagem. Quando olhei o nome que piscava no visor, meu coração deu um pulo no peito. Abri a mensagem, que dizia apenas: “Gostaria de almoçar comigo? Beijos, Addie.” Um sorriso se abriu em meu rosto, para logo depois se transformar em dúvida. Será que ela estava mesmo em Nova Iorque? Não poderia ser... Rapidamente disquei os números do seu celular e liguei.

— Achei que nunca fosse ligar... – a voz rouca e macia do outro lado me fez parar de respirar por um segundo.

— Eu... Estava cheia de trabalho... Mas você está aqui? Em Nova Iorque? – perguntei rapidamente.

— Sim, mais precisamente aqui embaixo, na porta da delegacia. Então, vai aceitar meu convite para almoçar?

— É... Claro! – eu sorri instantaneamente. Ainda era meio difícil de acreditar que ela estivesse realmente ali. — Já estou descendo. – desliguei o celular, sem dar tempo de ela me responder.

            Peguei meu casaco e minhas coisas, colocando o celular no bolso, e fui para o elevador. O tempo todo eu não conseguia conter minha ansiedade, como se o que eu sentisse finalmente houvesse despertado. Quando o elevador se abriu, andei pelo saguão até as portas da delegacia, e então a vi. Primeiro os cabelos, vermelhos como fogo, e então seus olhos, ela sorria pra mim. Estava linda, e eu não conseguia parar de sorrir. Usava um vestido, com salto alto e um sobretudo marrom claro por cima.  

— Hey... Como... você...? O que faz aqui? – sorri, aproximando-me dela.

— Hey, que bom te ver de novo! – ela me abraçou, e sentir o seu perfume de novo me deixou nas nuvens. Foi difícil soltá-la. — Então, eu vim para um congresso de medicina que vai ter aqui na quinta-feira, e resolvi dar uma passada para te ver.

— Ah sim. Que bom que veio!

— Vamos comer alguma coisa, há algum restaurante aqui perto?

— Sim, tem um que eu sempre costumo ir, apenas a dois quarteirões daqui.

            Fomos andando lado a lado, meio quietas, mas em minha mente eu não conseguia parar de pensar. Era como se ao lado dela eu me sentisse ligada, cheia de energia. Não parava de sorrir, sentia meu coração acelerado no peito, e queria conversar. Entramos no restaurante, sentamos em uma mesa perto da janela, e pedimos carne assada com batatas. Ela pediu vinho, eu recusei, já que estava trabalhando. Pedi um refrigerante. Enquanto esperávamos, ela me olhava intensamente, e aquilo estava começando a me incomodar.

— Então... – tentei começar uma conversa, mas ela parecia que não estava a fim de rodeios.

— Eu senti sua falta. Nem uma ligação, mensagem... Nada.

— Desculpa, eu... Eu estava ch... – ela me cortou.

— Por favor, não venha com desculpas, Kate. Seja honesta comigo, com você mesma.

— Tudo bem. – suspirei. — Eu realmente estivesse lotada de trabalho, mas a verdade é que eu estava com receio de ligar. Você não deu notícias, e eu até pensei em fazer contato, mas achei que fosse melhor assim. Estávamos longe, e eu sabia que ia ser pior, íamos sentir falta uma da outra e... Você sabe... Foi apenas um final de semana. – eu tentava falar as coisas certas sem magoá-la.

— Foi apenas um final de semana pra você, Kate? – ela olhou-me intensamente, e eu não pude fugir da resposta.

— Não. Sabe que não.

— Foi o que eu pensei. – ela esperou alguns segundos e então voltou a falar. — Eu não vim lhe cobrar nada, ok? Eu realmente tenho esse congresso aqui em NY, e achei que fosse a oportunidade perfeita para lhe ver. Estou com saudade. É um tempo que podemos passar juntas... – quando percebeu meu olhar hesitante, logo acrescentou: — Se você quiser, claro, e não tiver nenhum compromisso...

— É complicado... – passei a mão na nuca enquanto pensava. Eu não sabia o que fazer, ser deixada levar pela emoção e meus sentimentos ou usar da razão. Por fim, tentei me convencer que não seria ruim passar alguns dias com ela, sem compromisso, como eu pensava. — Ok, podemos passar esses dias junto... Mas novamente, não prometo nada...

— Tudo bem! – seus olhos brilharam e ela sorriu pra mim.

— Está em algum hotel? – perguntei rapidamente, e como a resposta foi negativa, ofereci. — Se você quiser, pode ficar lá em casa. Você sabe, estou a trabalho, pode não dar para sairmos o tempo todo, mas dessa forma poderemos ficar mais tempo...

— Se não for te incomodar, aceito sim.
           
            Começamos a conversar, eu perguntava como fora esse último mês em LA, o que estava acontecendo na clínica, como o pessoal estava. Ela ia me atualizando, enquanto vez ou outra perguntava sobre como estava meu trabalho. Contei-lhe que Castle havia voltado, e percebi que ela ficou um pouco tensa quando o mencionei. Tentei não dar importância ao fato. O tempo passou rápido demais, e já estava na hora de eu voltar ao trabalho. Dei-lhe uma chave extra do meu apartamento, e disse que ela poderia ficar à vontade. Voltei para a delegacia, sorrindo, até encontrar Castle me esperando sentado ao lado da minha mesa.

— Onde esteve, Beckett? Tentei falar com você, mas só caía na caixa postal... – ele perguntou me observando atentamente.

— Acabei saindo pra almoçar, encontrei com uma amiga, desculpe. – o que não era de todo mentira.

— Amiga? Eu conheço?

— Não... É aquela minha amiga de LA, está passando alguns dias aqui a trabalho. Bom, precisamos fechar logo esse caso da Alice. – comentei, esperando que ele deixasse aquele assunto de lado. Percebi que seus olhos não me deixavam, e eu estava começando a ficar nervosa. Odiava quando alguém tentava se meter tanto em minha vida. Eu sempre fora independente.

— Espero conhecê-la um dia... – deu de ombros.

— Quem sabe, Castle... – sorri, já pegando o arquivo do caso.

            Trabalhamos até de noite, conseguimos mais algumas pistas. Descobrimos, pelas ligações que ela fizera e recebera, que Alice vinha sendo perseguida por alguém, por isso estava tão nervosa ultimamente, perdendo as aulas no estande de tiros e tudo o mais. Descobrimos que havia um ex-namorado ciumento e agressivo em seu passado, e Ryan logo puxou a ficha dele. Havia sido preso por alguns delitos, invasões, assalto à mão armada e coisas do tipo. No dia seguinte iria procurá-lo em casa e no trabalho. Dando o dia por encerrado, espreguicei-me na cadeira, lembrando-me que Addison estava me esperando em casa, provavelmente.

— Quer sair para tomar alguma coisa? – Castle me perguntou, sentando-se na beirada da mesa.

— Ah hoje não, estou bem cansada... Só quero ir para casa, tomar um bom banho, descansar... Quem sabe outro dia. – sorri, levantando-me e pegando minhas coisas, esperando que ele não insistisse.

— Até amanhã, então...

— Até amanhã, Castle. – sorri novamente e me dirigi até o elevador.

            Quando cheguei em casa, coloquei o carro na garagem e subi até o meu apartamento. Abri a porta, e logo chamei por ela. Respondeu-me que estava na sala. Tranquei a porta, deixando o casaco perto da porta e minha bolsa também, e fui até a sala. Ela estava sentada confortável no sofá, com uma garrafa de cerveja em cima da mesinha. Usava uma calça de moletom e uma blusa de moletom também cinza. Os cabelos estavam presos em um rabo de cavalo. Sorriu ao me ver, batendo com a mão ao seu lado, para que eu sentasse. Sem hesitar caminhei até ela, sentando-me ao seu lado, olhando-a diretamente nos olhos.

            Ela se aproximou, deixando que seus lábios tocassem os meus, foi como um choque elétrico percorrendo todo o meu corpo. O beijo começou calmo, como se ainda estivéssemos sem jeito, mas logo se aprofundou, demonstrando a urgência que tínhamos uma da outra. Só nos separamos quando estávamos sem fôlego. Acariciei seu rosto, ainda com os olhos fechados, a testa encostada na dela.

— Eu também senti sua falta... – sorri.

— Eu preciso de você, Kate... – ela sussurrou em meu ouvido, passando o rosto no meu, mordendo de leve o lóbulo da minha orelha, e naquele momento tudo o que eu precisava era dela também.

— Então vem...

            Não precisei dizer duas vezes. Addison sentou-se em meu colo, de frente para mim, com uma perna de cada lado, segurando-me pela nuca voltou a me beijar com urgência, depois desceu os lábios pelo meu pescoço, beijando e mordendo. Eu passava as mãos pelas suas costas por baixo do moletom, sentindo sua pele macia. Logo ela desabotoou minha blusa, parando um momento para observar meus seios. Sorriu, passando a mão neles por cima do sutiã. Soltei um pequeno gemido, seguido de outro mais intenso quando a senti abocanhá-los. Estremeci, arranhando suas costas, fazendo com que ela soltasse um gemido abafado. Suas mãos desceram até meu jeans, enquanto ela continuava saboreando meus seios, e seus dedos ágeis rapidamente abriram o botão e o zíper da calça. Senti seus dedos tocarem meu sexo, e eu gemi, jogando a cabeça para trás.

— Está tão molhada... – ela deu um meio sorriso, aproveitando e mordendo meu pescoço. Seus dedos acariciavam meu sexo, estimulando meu clitóris, fazendo-me gemer.

— Eu quero te sentir, Addie... Por favor... – gemi, arranhando sua barriga, depois subindo as mãos até seus seios, percebi que ela não estava usando sutiã. Rapidamente deixei que minhas mãos os tocassem, apertando-os de leve, massageando.

            A ruiva deixou seus dedos entrarem em mim, fazendo movimentos de vai e vem, sentindo-me, fazendo-me gemer e me contorcer em suas mãos. Eu estava completamente em êxtase, gemendo de prazer, querendo cada vez mais daquela mulher. Inclinei meu corpo pra frente, agarrando em sua cintura, beijando-lhe os lábios e mordendo-os, colocando uma mão dentro da sua calça também. Deixei que meus dedos empurrassem o elástico da calcinha, e logo pude sentir seu sexo tão molhado quanto o meu, pulsando em minha mão. Sorri, mordiscando a linha do maxilar, e disse entre um gemido e outro:

— Hummm tão bom... Tão excitada... – logo penetrei-a com meus dedos, fazendo os mesmos movimentos que ela, sentindo-a rebolar cada vez mais em minha mão.

            Aumentei o ritmo do movimento, rebolando também, sem ar, estremecendo, sabendo que ia chegar ao clímax logo. Comecei a estimular seu clitóris com o dedão, e ela mordeu meus ombros, aumentando o ritmo também. Nossos corpos estavam em sintonia, e juntos estremeceram, chegando ao orgasmo. Ainda ofegante, encostei no sofá novamente e ela se acomodou em cima de mim, com a cabeça em meu peito. Beijou meu pescoço, meu queixo, ainda tentando se recuperar, com um sorriso nos lábios.

— Eu precisava disso... – ela beijou meus ombros, meu colo.

— Eu também... Não percebi o quanto... – sorri de volta, acariciando seus cabelos cor de fogo.

— Estou com fome... – ela me olhou, depositando um beijo em meus lábios, endireitando-se em meu colo, passando os braços em volta do meu pescoço.

— Acho que tem alguma coisa na geladeira... Senão se incomodar, tenho lasanha congelada e um vinho na geladeira.

— Ótimo! – ela me deu mais um beijo e se levantou. — Precisamos ter energia, porque isso aqui – ela apontou para nós duas – Não chega nem perto do que ainda vamos fazer... – soltou um risinho e foi até o freezer.


            Observei-a, admirando seu corpo, seu jeito... E instintivamente sorri. Passei a mão pelos cabelos, tentando descobrir onde eu havia me metido. Algo me dizia que isso não ia dar certo... Que não ia ser tão fácil assim... E geralmente meus instintos estavam certos.

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